Contando Histórias

Contando Histórias.

História com letra maiúscula porque são reais. Gosto de lembrar e escrever. É sempre uma forma de eternizar. Também "me dar a conhecer".


Boas lembranças.

Na casa do meu avô tinha pé de goiaba.
Aqui tinha três. Mais 4 pés de manga.

Janeiro, mês de férias, era exatamente o período. Ele nos vigiava para não tirarmos, porque caía folha no chão.
(Aqui papai nunca controlou ninguém nem de carne).

Resultado: pulávamos a janela do quarto e tirávamos. Por algum motivo todos os primos iam para lá passar uns dias. E era muito bom.

Quando meus sobrinhos nasceram, senti muito estarmos em outra época e não termos nem os pés de frutas mais, nem estas amizades todas.

Diálogo com meu avô, não lembro de termos dado. Ele estava sempre cuidando das plantas. Quintal. E o cachorro, que todos tínhamos medo, menos os valentes da turma que faziam questão de demonstrar aos demais. kkkk

Meu avô morreu num silêncio profundo. Todos passavam por ele como se ele não existisse. Raros os que paravam para falar. Eu era uma. Dedicar um tempo a ele. Mas era característica desde o tempo de saúde. Não sei se a solidão da falta de minha vó. Ele não falava com ninguém. Diferente do avô materno que falava e conversava e contava histórias. Faz falta todo São João. Ele vinha fazer a pamonha e canjica e pé de moleque de mainha. Nem precisava chamar. Como gostávamos. O São João era tradição maravilhosa. De reunião familiar.
(Tudo mudou de um tempo para cá).

Tínhamos amizades com vizinhos. Saíamos toda noite para conversar e brincar. Meninos e meninas. Isso era característica da época. Porque era aqui, lá; e em cada tio que íamos. Não tinha isso de ficar dentro de casa estudando todo dia e com medo de todo mundo.

Voltando ao meu avô e pé de goiaba.
É característica dos idosos ficarem avarentos? Meu pai ficou como nunca foi antes.

Nunca fomos recebidos com um sorriso por meu avô. O "oi" era pra dentro. Mas todos pedíamos a benção e dávamos o abraço ou aperto de mão. Sempre.
Ele gostava da gente. "Era o jeito dele".

Como aqueles livros que contam, chego a sentir o cheirinho de café com leite e pão assado. O cheiro do sabonete tomando banho e os olhos ardendo. E a poeira enquanto corriamos, sentavamos em algum lugar lá fora e conversávamos horrores. As castanholas e os coquinhos de dentro. As idas na praia descendo no inicio da Epitácio porque não dava pra pagar dois onibus para todos. Mas todos gostavam e se animavam para ir. Isso fazia diferença. Os adultos gostavam de crianças e adolescentes.

Hoje estão preocupados com o que veem no celular.

Mainha sempre nos ajeitando. E painho sempre com um pé em casa e outro fora. Mas nos provendo em tudo. Sempre cuidando. Sempre um bom pai. Tinhamos primos demais e ele sempre promovia encontros e passeios com todos. Na minha mente, meu pai era milionário. Era gente demais. Aqui em casa eram recebidos da mesma forma. Meu pai e mãe sempre amaram receber. E sinto por eles, o vazio da casa de hoje, que se fez necessário por causa de atuações.

Eu os acompanhava neste amor. Puxamos mais ao tio e filhos do tio dele, que ao pai.

Papai viajava muito a trabalho.
Teve algo que só nos contou anos depois.
Numa dessas viagens. A gente em JP e ele trabalhando em CG. Decidiu nos fazer uma surpresa num final de semana de saudades. E capotou o carro. Não houve nada com ele. Uma Brasília creme que ainda andamos muito nela.
Nesta época, não havia meios de comunicação. Mainha Nem soube que ele ia, nem soube do acidente. Só depois.

Todos temos muitos livramentos toda a vida. Bom é o Senhor.

Sabe o que acho incrível? Ele nunca foi de traumas. Nunca deixou de dirigir ou viajar por causa disso. Meu pai viveu muita coisa conosco aqui e nunca pôde pedir apoio do pai. Não havia esta amizade. Era Mais "relacionamento de familiaridade que não se acaba, até Deus levar".

02. Viajando conosco. Os oito, no carro. O pneu estourou duas vezes seguidas à noite, longíssimo de algum posto. Sim! Estourou um. Ele foi ao posto. Consertou. E ao começar a andar, estourou o outro. E o posto era bem longe. Fico com peninha dele até hoje.
Na época, não havia BR duplicada. E ficamos esperando no escuro sozinhos, enquanto a pé, ele buscava um posto (não tinha celular!). Medo dele e de mainha. Mas não havia outra alternativa. Eu lembro os rostos apreensivos deles. Minha memória é incrível.

Resultado? "Nunca mais viajamos." Que nada. Viajamos sempre! E levávamos os animais de estimação com a gente. A casa ficava sozinha. Nunca teve nada com nada. O mês inteiro.

Não tive nem avós nem nenhum tio carinhoso. Nenhum. E maior parte eram ranzinza ou grossos com os filhos e cônjuges, mesmo. Mas era outra época. As pessoas pareciam entender. Não víamos ninguém "brigando por isso ou aquilo". Era silêncio ainda quando demonstravam não gostar de algo. Ou houvesse muita injustiça. A ameaça de apanhar parecia cantiga na boca da maioria. Pois é, dos meus pais não.tenho certeza que receberam outro espírito. E tem o tempo que isso aconteceu. Eu era alvo e isso foi dito da boca de um que chegou de São Paulo. Ele não me vê até hoje. Deus me livre. O meu discernimento vê longe. Ele Tem um filho que faleceu bem jovem e acredito que foi no lugar dele, se discirno bem as práticas religiosas "de quem não quer saber de religião".

Fui eu a primeira que cansei de entender. Pense numa guerra familiar.

["Não fale assim comigo!"
É muita falta de respeito.
De quem?]

__*__
Aí na casa do irmão do meu avô, tio de meu pai. Onde ele se sentia muito melhor do que na casa do pai... não importava quantas vezes fôssemos no ano. Éramos sempre recebidos com alegria. Levávamos alegria para eles também. Havia realmente amor dele com meu pai e do meu pai com ele, junto com honra. Era diferente demais. Esse tio/avô foi ex combatente. Esperaram muitos anos um dinheiro que sai para poderem melhorar de vida. Eram Adventistas não mais praticantes porque a igreja queria a granja para eles e ele saiu. Mas nos ensinava canções. "Mais além do sol" é uma. Lembro até hoje.




Só Adultos podemos analisar muito. A juventude é pra viver. E é tão bom ter temido a Deus mas ter vivido tanto.

Era uma granja. E podíamos desfrutar de tudo, como verdadeiras crianças.
Foram momentos inesquecíveis.

Momentos ruins sempre tem.
Não que na casa do meu avô não teve momentos bons também. Sim. Todos os ano-novos eram lá. Os primos e irmãos todos juntos. Com pais e tios ora em casa e ora lá.
Todo final de ano, íamos.
E aí dividíamos as semanas nas casas de tios e avós. Até acabar as férias.

Casa patriarcal, a família do meu pai era preterida por ele. A família materna era extremamente pobre, todos os filhos na mesma casa. Mas sempre fomos recebidos com carinho " e a comida e dormida dava".

Uma época moraram num interior em casa de barro em que o banheiro era aquele buraco e fora da casa. Sim! Era horrível! Terrível. Principalmente se acordávamos de madrugada.
Nem painho. Nem mainha. Nem a gente deixou de ir lá por causa disso. Que mãe paciente e maravilhosa que tivemos. Pai também, se adoecíamos. Eu era muito ligada nos dois, de gratidão e amor. PORÉM. Lá, não tínhamos primos. Só os tios. Primos vieram depois. Quando estávamos mais velhos. A casa onde tinha, "não dava pra gente ficar". Não entendíamos e sentíamos. Só ao crescer nos confessaram violência doméstica. Pense a alegria, quando enfim, dormíamos. Então meu tio tinha que se comportar.

Eu ajudei um primo a sair do medo: Quando seu pai vai saber que já tem outro homem na casa para ele deixar de palhaçada? Bastou uma vez. Nunca mais ele quebrou nada dentro de casa. Considero estranho os homens terem tanto medo. E não defenderem suas mães, irmãs e a si mesmo.

Não sei sobre eles e suas emoções. Mas sei hoje por estudo que o Exército faz isso com muitos. Somos seres humanos para tratamentos de tanta pressão. "O normal, o comum, com consequências a longo prazo". É quase treinamento de bandido, desculpem a expressão. Mas pelas práticas, bem difícil. Eu aprendi com um Amável Amigo chamado Jesus Cristo.

Então.
Vovó e vovô, pais de mainha, ficavam extremamente tristes porque passávamos as férias quase toda com a família de painho. Achavam que era a pobreza. Não. Sempre fomos humildes demais. Gostávamos de lá. CRIANÇA NÃO VISA ISSO? Nós que não. Algumas falavam pra gente mesmo. Crianças tem interesses sim. Não lembro nenhum de nós reclamando de algo. Eram os primos que nos fazia ficar lá! Na família de painho tinha todos. E éramos chegados. Ou.... hoje sei que as visitas alegram o ambiente e tiram alguns da solidão. Era só duas vezes no ano. Ficava a lacuna para meus avós maternos. Eu era apenas uma criança.

Vale dizer: painho e mainha são os únicos casais que conheço que uniam a família de ambos como uma só.

Não lembro de qualquer malícia entre nós, primos. Mas sei que houve paixõezinhas silenciadas. Destes que convivi, comigo, nenhuma. Via todos como irmãos. Primo distante, sim. Mas até isso me dá agonia hoje.

A brincadeira pêra, uva, maçã, salada mista, era comum e "inocente", para família não cristã. Mas eu nunca brinquei. Nada de primos, por favor. Não sinto tentação.

Eles ainda tem "paqueras". Sou solteira. Aí desfaço qualquer clima. Não! Bando de gente preguiçosa. Quer ficar "em casa". Rs E a rejeição veio antes de conhecer a Palavra.

Tenho amigas filhas de pais primos legítimos casados. A sensação é casamento entre irmãos. Para mim. Não julgo entre primos. Mas eu não sinto interesse em família nem maridos de. SOU CONTRA essa bagunçada em família. SÓ DEPOIS Deus me respaldou de onde vinha: Levitico 18.

O Espírito Santo se move em mim.

Dou glórias a Deus.

Cada um tem sua parte na História. E em cada parte ainda muito a ser desmembrado. Coisas boas. Coisas ruins. Maravilhosas. E muitos aniversários.

Tão bom lembrar
E sempre lembro dos fins de tarde. Inícios de noite. Sempre me marcaram.

Chega. Faz tempo que cansei de escrever. Bom mesmo é contar. Será que ainda encontramos ouvidos atentos e bondosos hoje em dia?
.__

A Deus, toda glória.
Érica Patricia
04.Março.2024

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