Conto. O Caminhão.

Conto. O Caminhão.


Uma criança tinha um pai, caminhoneiro. Os momentos que tinham juntos, eram únicos, alegres; o pai até deixava ele sentar no banco do motorista e buzinar! Deu umas aulinhas básicas sem ninguém desconfiar... Todos os dias, eles tinham seu encontro certo, ali, enquanto o pai ajeitava tudo, para trabalhar no outro dia. Milhões de perguntas, brincadeiras e respostas. O pai, pacientemente, e amorosamente, aproveitava também aqueles momentos com o filho.
Era, basicamente, todo o tempo que tinham. Rejeitava águas, lanches, o que fosse. Nada era mais importante que ali estar. A mãe, ele tinha o resto do dia. Dava até tempo de distanciar e voltar.
Algum dia, por motivos diversos, o pai precisou vender o caminhão. Comprou até um belo carro! e foi trabalhar com outra coisa, que não precisava mais de tanta dedicação braçal. Ele tinha estudado mais, estava mais intelectualizado e o computador substituiu o lugar do caminhão. Ele agora era chefe. Patrão. O mundo inteiro na palma de sua mão. Mais conforto para toda a família. Até menos poluição.
Saía. Voltava. E os equipamentos eletrônicos o ocupavam. Ensinou o filho e lhe presenteou, para também entrar no mundo real e de ilusão.
 
Conversas? Piadas? Perguntas? "Procure no Mr.G, meu filho, ele sabe de tudo e ainda tem pronúncias e correção".

A criança cresceu. Olhava para o pai que, simpaticamente, assanhava seu cabelo, quando passava, e toda a casa já havia aprendido o que significava um celular na mão.
Como toda reação a uma perca, o rapaz decidiu!



"Quando tiver meu dinheiro. Vou comprar um caminhão! Vou ter meus filhos e nunca vou me afastar deles por causa de um celular."

Assim se fez! Ele estudou e com a ajuda do pai, comprou seu primeiro caminhão. Contente. Satisfeito. Cheio de projetos. Até recebeu elogio do pai: "Esse meu filho parece com o pai. Deus o abençoe meu filhão!".


Assim começou a jornada do filho. Caminhão pro shopping. Pra igreja. Para buscar namorada. Para estacionar no dia a dia, Até no trabalho... Combustível, limpeza, manutenção. Na universidade, os amigos zombavam, ainda que tirando onda de "hoje vamos de caminhão!". Jovens sabem se divertir, mesmo quando tudo é diferente.

Sem pensar muito, um dia, chamou seu pai, que já conhecia o meio, e pediu a ajuda para vender o caminhão.
 
Comprou até um belo carro! E viu que era mais fácil até para dar caronas, estacionar, andar na rua e ficou super satisfeito. Uma nova história começava a trilhar.

Assim, sem o pai nem saber toda a lacuna que o caminhão de seu pai, em seu peito, deixara, superou a história do caminhão.
 
Olhou para o pai, agora, com cabelos grisalhos, assanhou seus cabelos e disse:
__ Amo você, meu paizão!

A mãe sempre teve lugar certo. Sem muitas instabilidades e faltas. Sendo sempre aquela base na família que alimenta e parece que nunca percebe nada. Mas é de todos, a mais ligada. Olhou para o filho e falou:
__ Assim superamos nossas faltas. Deus tem sempre um novo tempo, nos ensinando que o que temos é melhor que o que passou.


"Uma mulher sábia edifica a sua casa"
Provérbios 14:1

(Lágrimas nos olhos. História totalmente fictícia. Qualquer semelhança é o Espírito Santo, ministrando ao seu coração. Deus cure em cada coração, a ausência do pai ou da mãe. Ou dos dois. Deus cure o coração de cada pai e mãe pela ausência dos filhos, depois do celular na mão. Mas ainda melhor que o caminhão).




Érica Patricia.
11.Março.2022

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